Seguimos as avaliações no Google Maps para escolher a opção de hotel, e o que pegamos era bem avaliado (mais de 100 avaliações, com média superior a 4). Ao entrar no quarto, só queríamos um banho, mas… o chuveiro não esquentava. Nem nos importamos com isso naquele momento. Estávamos tão cansados, tensos e com fome, que um banho gelado até fez bem para aliviar a tensão. Depois do banho, fomos para o restaurante e pedimos um prato que vi sendo elogiado numa das avaliações, enquanto acompanhávamos o jogo Flamengo x CSA na TV (Alagoas nos perseguindo). Mas, não sei se foi por falta de sorte novamente, o prato que pedimos estava com aparência de requentado do almoço. Enfim, nossas duas tentativas de refeição na Bahia não foram boas… Nos deitamos e fomos dormir por volta de 22h, pensando em sair o mais cedo possível na manhã seguinte, mas sem ligar despertador. Sairíamos à hora que acordássemos.
A noite no hotel em Jequié não foi muito confortável. O colchão já parecia ser bem gasto, com sensação de estar fundo em algumas partes. Também, a falta de costume com as várias horas dirigindo cobrou bastante seu preço, pois aquela impressão de asfalto vindo em minha direção o tempo todo (que eu já sentia desde a primeira parada, ainda em Sergipe) me incomodava muito. Quando fechava os olhos para tentar dormir, sempre vinha asfalto em minha direção. Foi bem difícil.
Acordei umas 2h:15m da segunda. Ao olhar pro lado, a Ju também acordada. Ao fundo, um ronco ensurdecedor, que pensávamos vir de algum dos outros quartos. Estava impossível dormirmos novamente. Conversamos um pouco e resolvemos ir embora. Tomamos um banho (gelaaaaaado, porque não reclamamos no hotel), juntamos nossas coisas e fomos em direção à recepção, onde descobrimos quem era “a motosserra” que nos incomodava: o recepcionista dormindo no sofá da recepção. Pagamos a conta, fomos para o carro e partimos umas 3h atrás de um posto que tivesse um café. Paramos em um logo à frente, cheio de cachorros no pátio. Busquei o café, e partimos imediatamente com os cachorros latindo atrás do nosso carro. Nossa meta era recuperarmos o tempo que perdemos no dia anterior.
A estrada, como é previsível pelo horário, estava praticamente deserta. Poucos ônibus ou caminhões cruzavam nosso caminho. Era uma madrugada muito escura e fria (fazia uns 15 graus naquele momento). Tão escura que a visibilidade era quase nula, mesmo com farol alto. Para piorar, até Poções, a BR 116 ainda é bastante sinuosa, com curvas traiçoeiras. A ideia era ir bem devagar até o dia começar a clarear. Depois de Poções, as grandes retas voltaram e a viagem começou a render bem. No trecho entre Planalto e Vitória da Conquista, já com alguma luz do dia, alguns caminhões começaram a dividir a pista com a gente, mas como eram longos trechos de retas em descida, tínhamos visibilidade o suficiente para ultrapassar 3, 4, de uma só vez. Chegamos em Vitória da Conquista por volta das 5h. Lá, caímos no erro de seguir as placas ao invés do Waze. Pelo Waze, cortaríamos o centro da cidade em linha reta. Já pelas placas, pegaríamos o anel rodoviário de Vitória da Conquista, aumentando bastante nosso trajeto, e ainda pegando uma pista simples atrás de um caminhão muito lento, sem chances de ultrapassar. Um terror!
Quando finalmente conseguimos sair do torturante anel viário de Vitória da Conquista, seguimos pela BR 116. Continuamos tendo as facilidades que tivemos no trecho anterior (entre Planalto e Conquista) por mais alguns quilômetros, até chegarmos nas proximidades de Cândido Sales, onde começa um novo trecho de serra, onde vários caminhões se acumulavam, e tivemos algumas lembranças nem um pouco boas da tarde anterior, mas, por sorte, ainda não havia muitos, e os caminhoneiros da manhã estavam mais prudentes (muitas cegonhas), nos dando uma certa tranquilidade. Sempre que possível, numa subida com pista adicional, ou descida em reta, passávamos o máximo de caminhões que conseguíamos, e seguíamos em frente, até finalmente atravessarmos a divisa entre Bahia e Minas Gerais perto das 7h.