Chegando na Bahia, ainda pela BR 101, começaram as longas e intermináveis retas. Isso era ótimo para as ultrapassagens! Novamente estávamos com pista bastante livre, a ponto de implicarmos com “o caminhão vermelho”. Por um bom trecho, sempre que olhávamos para trás, lá estava um caminhão vermelho. Acelerávamos um pouco, segundos depois, o caminhão vermelho surgia no retrovisor. Ultrapassávamos alguns caminhões, e minutos depois o caminhão vermelho aparecia atrás de nós. Começamos a nos imaginar naqueles filmes de maníacos das estradas. Foi assim por muitos quilômetros. Quem era ou pra onde foi, não sabemos. Só que isso fez o tempo passar mais rápido. 

Veja o vídeo da nossa viagem de Alagoas ao Rio de Janeiro.

A condição da estrada estava bem melhor do que a encontrada em Sergipe. Por várias vezes tivemos alternância entre pista simples e pista duplicada, como em Alagoas, mas numa proporção bem menor.

Grandes retas pela Bahia. Região de Esplanada.

Pegamos o acesso (totalmente esburacado) à BR 324 nas proximidades de Feira de Santana perto das 12h:30m. Apesar de privatizada (concessionária ViaBahia), a BR estava com o asfalto bastante castigado, mas dava para andar bem, pois é um trecho duplicado. Dali até o contorno Sul de Feira de Santana foi bem rápido, assim como até o acesso à BR 116 (ficar bem atento à sinalização para não perder a alça de acesso). Rodovia pedagiada e bem-sinalizada (também ViaBahia, com 5 pedágios até a divisa com MG), onde não encontramos problemas. Tanto na BR 324 quanto na 116, havia muitas placas informando fiscalização eletrônica com limite de velocidade a 80 Km/h (mesmo sendo uma estrada que aceitaria 110 Km/h tranquilamente), mas o Waze não mostrava os radares nestes locais, nem visualizei nenhum. Na BR 116 o trecho duplicado passava por Santo Estevão e ia até Rafael Jambeiro, onde, na época havia um desvio por uma pista lateral por causa das obras de duplicação, que hoje vai até o povoado de Paraguassu). A vista por ali é muito bonita! A estrada segue uma linha reta até sumir no horizonte. Sempre vale o registro! Não demorou muito, a duplicação terminou, e por ali também fizemos nossa segunda parada, no posto Parque dos Coqueiros, em Itatim, por volta das 14h:20m. Foram 308 Km desde a primeira parada, em Umbaúba/SE, e 641Km desde nossa saída.

Grandes retas sumindo no horizonte e pista duplicada em Santo Estevão.

O posto é muito bonito, grande e bem avaliado no Google Maps, mas não encontramos uma comida e lanches com boa aparência nesse local. Não sei se pelo horário que chegamos, mas esperávamos algo melhor naquele momento. Pode ser que não tenhamos dado sorte naquele dia. – Nosso grande erro de principiantes em viagens longas foi não termos levado lanches no carro pela falta de espaço, e confiado que encontraríamos pelo caminho… Descansamos um pouco, fomos ao banheiro, comemos uma besteira, completamos novamente o tanque e fomos embora aproximadamente as 15h. 

A partir de Itatim começamos a entrar em um trecho de clima bastante desértico (lembrando bastante o que pegamos em Pernambuco, na viagem para Toritama) e cheio de barraquinhas de artesanato nas margens da rodovia, vendendo chapéus de palha e tábuas de carne – até paramos para comprar uma dessas tábuas para dar de presente pro meu pai. – As longas retas da rodovia foram diminuindo, intercalando com algumas curvas, que foram aumentando de número. A vista foi mudando, com belas formações rochosas ao horizonte.

Morro do Tyresoles, ou Rochedo da Tartaruga, em Itatim

Com as curvas, o número de caminhões enfileirados também foi crescendo naquela pista simples. Na altura de Brejões, já não era mais possível fazer ultrapassagens de maneira segura, e a rodovia ficou bastante hostil. Quando entramos na Serra do Mutum (entre Jaguaquara e Jequié), nosso nível de tensão estava tão grande que já pensávamos em parar no primeiro posto que encontrássemos pela frente para esperar o movimento diminuir. – Em trechos de subida em que abria pista adicional, um caminhão encostava à direita para dar passagem, outro vinha ultrapassar, e um terceiro ia na contramão, tentando ultrapassar os 2, jogando os carros que vinham na direção contrária para o acostamento. O mesmo também acontecia na pista oposta.  Em trechos de descida, e que abria pista adicional do outro lado, caminhões do nosso lado atravessavam para a contramão, jogando quem viesse do lado oposto para a pista adicional. Isso não foi uma ou duas vezes. Foi cena comum a todo instante, assim como caminhões e carros à nossa esquerda, trafegando na contramão, forçando ultrapassagens em locais proibidos e no meio de curvas. Sabíamos que naquela situação apenas direção defensiva não era suficiente para chegarmos seguros diante de tantos perigos. Não sei se é sempre assim por lá, ou se é pelo dia/hora que passamos naquela vez.

Era aproximadamente 17h:30m e ia escurecendo bem rápido. Nossa previsão era dormirmos em Vitória da Conquista, mas pelo risco que estávamos correndo e pela nosso combinado de não andarmos a noite, resolvemos parar antes, em Jequié. A cidade estava prevista no roteiro com paradas a cada 280 Km., e o hotel escolhido foi o mais próximo da rodovia, e que tinha boas avaliações (Hotel Pousada Trevo). Pegamos logo um quarto, guardamos o carro e entramos. 

A última etapa do nosso primeiro dia de viagem teve 155Km. No primeiro dia, andamos 789 Km no total.

Trajeto percorrido no primeiro dia de viagem. – Bing Mapas

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