Rafael NoceliSabe aquele momento em que a pessoa precisa esquecer estudos, trabalho, contas, problemas, etc., e simplesmente se desligar do mundo? Então… A Ju e eu precisávamos de um desses lá em 2019. Era uma rotina muito cansativa, irmos diariamente trabalhar em Maceió, sempre em horário de pico. Ela, em um local bastante insalubre. Eu, em provedor de internet, de domingo a domingo, tinha serviço até quando estava em casa. Ainda tínhamos uma grande carga acumulada sobre nós, dos últimos anos, que foram bem tensos. Precisávamos “descarregar”.
A Ju tinha uma colega de trabalho que possuía uma casa em São Miguel dos Milagres, e nos convidou para passar um fim de semana por lá. Como nós estávamos precisando ir para um lugar assim, “deu match”. O convite veio na tarde do dia 21 de junho. Dia 22 rumamos para lá, pela manhã. Como, para variar, não foi algo planejado, precisávamos comprar algumas coisas para levar (lanches e bebidas), o que nos fez passar pelo caminho mais longo (via Maceió e litoral), ao invés do caminho mais curto, pelo interior, via BR 101 até a altura de Flexeiras (outra razão foi termos sido desencorajados a passar por lá pelo meu cunhado, pelo risco de assaltos – se fôssemos hoje, arriscaríamos, porque é um caminho bem mais rápido, desde que à luz do dia).
Pegamos o Agile (já estávamos com ele novamente há poucos dias, precisando de revisão, trocar amortecedores traseiros e os 4 pneus) e partimos pela BR 316 até o acesso à BR 424, na altura de Satuba (estrada do Polo), e seguimos por ela até a AL 101, em Marechal Deodoro, onde fizemos o retorno e rumamos até o bairro do Mangabeiras, em Maceió, para fazermos as compras necessárias. De lá, pegamos a Av. Gustavo Paiva, que se torna a AL 101 Norte no bairro Cruz das Almas. Dali, é seguindo pela AL 101 em pista simples, passando por várias praias do litoral norte de Maceió (Jacarecica, Guaxuma, Garça Torta, Sereia, Ipioca) e por Paripueira, que estava com um trânsito bastante lento pelo volume de carros. Passado o período urbano de Paripueira, seguimos até Barra de Santo Antônio, virando à esquerda em frente ao acesso ao município.
Indo em direção ao continente, a paisagem muda, com os canaviais às margens da pista (comum em Alagoas). Seguimos até São Luís do Quitunde, onde há o cruzamento com a estrada que pegaríamos, caso fôssemos por Flexeiras. Mais à frente um novo trevo, e seguimos à direita, sentido Passo de Camaragibe (quem vai para Maragogi segue reto até Matriz do Camaragibe, ao invés de virar à direita, senão precisará pegar balsa em Porto de Pedras, ou fazer um novo contorno). É preciso prestar bastante atenção para não errar o caminho no perímetro urbano de Passo do Camaragibe. Também me recordo de haver uma ponte bem estreita, em que só passa um carro por vez. Dali, são mais alguns quilômetros de volta ao litoral até chegar em Barra de Camaragibe, onde há uma curva à esquerda, e em poucos minutos chegamos em São Miguel dos Milagres. Todas as estradas que pegamos estavam em condições razoáveis na época, não nos dando tanto trabalho. O problema maior era a sinalização precária. Tivemos que confiar 100% no Waze.
Assim que chegamos, no início da tarde, estacionamos o carro na frente da casa e entramos. Ela é bem próxima à famosa capela (que não é realmente uma capela, mas uma casa de eventos). Petiscamos com nossos anfitriões e fomos dar um passeio na praia. Infelizmente estava um tempo bem nublado, com uma leve garoa enquanto passeávamos. Nada que atrapalhasse. Conseguimos tirar belas fotos, porque o lugar é um paraíso. Depois da caminhada pela areia, voltamos e conversamos até tarde da noite.
No dia seguinte, véspera de São João, mais um bate papo enquanto esperávamos o tempo colaborar… Pela manhã, muito movimento de vans chegando e buggys com turistas indo para passeios. Esse movimento permaneceu até o início da tarde, quando finalmente o Sol resolveu aparecer por alguns minutos. Foi o tempo de irmos à praia e entrarmos na água, onde pudemos aproveitar um pouquinho e fazer uma oração pedindo para que todos os nossos males fossem para as ondas do mar (bem propício fazer isso em um lugar chamado São Miguel dos Milagres) … Tiramos mais fotos e voltamos à casa já embaixo de chuva novamente, conversamos mais um pouco com os anfitriões e partimos no fim da tarde.
Passamos pelo mesmo caminho da ida até chegarmos no bairro Jacarecica, em Maceió (não sem antes pegarmos algum trânsito em Paripueira), onde subimos pelo bairro São Jorge (Av. Pierre Chalita), seguindo pela Av. Menino Marcelo até a antiga rotatória “da Federal” (o nome é porque lá havia uma base da PRF – hoje um viaduto), pegamos a BR 316 até a cidade de Satuba, onde paramos para comprar pão (o pão de Satuba é bem famoso por essas bandas). Seguimos a BR 316 e chegamos em casa no início da noite, onde maratonamos Stranger Things, respirando fumaça das fogueiras de São João que o pessoal da vizinhança acendeu naquela noite (fogueiras nas portas das casas são tradicionais por aqui nas vésperas de S. João, Sto. Antônio e S. Pedro). Fora a fumaça, podemos dizer que foi um fim de semana revigorante, e que usamos como nosso ponto de virada para os acontecimentos que vieram em seguida, e que provocaram uma reviravolta nas nossas vidas.
Fizemos aproximadamente 132Km na ida, pelo caminho mais longo. Na volta, cerca de 128Km, completando um total próximo dos 260Km naquele fim de semana.
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